quinta-feira, 29 de abril de 2010

Corações em risco

Literalmente quando se trata do coração das pessoas em Goiânia a situação está insustentável. Nosso Estado possuia 22 cirurgiões cardiovasculares em ativa. Hoje contamos com somente 2 ainda credenciados pelo SUS para realizarem cirurgias de coração. Os outros 20 se decredenciaram e não podemos contar nem mesmo criticar eles.

Isso porque há quase 18 anos esses cirurgiões que fazem operações de alto risco e complexidade ganham R$ 824 por cirurgia que deve ser ainda dividido entre 2 auxiliares, 1 perfusionista e 1 instrumentador. Perfusionista para quem não sabe é aquele profissional que opera a máquina e aparelhos que substituem as funções do coração e dos pulmões durante as cirurgias.

A Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares de Goiás alega que os profissionais só voltarão a se credenciar no SUS e consequentemente realizar cirurgias quando houver reajuste de salário da categoria de acordo com a tabela da Associação Médica Brasileira (AMB). Acontece que uma falta de diálogo do poder público com os cirurgiões esta gerando um impasse que já dura meses em Goiás. Nisso quem fica prejudicado é o povo, os mais carentes financeiramente, claro. São eles os que sempre pagam pela incompetêcia e inoperância do poder público. Hoje pela manhã fiz um pronunciamento na Câmara a respeito e a Dep. Isaura realizou uma audiênica pública para tratar do assunto na Assembléia. A Cooperativa dos cardiocirurgiões compareceu mas o Secretário de Saúde Municipal não. Ele não só diz que não há fila de espera para cirurgias cardiovasculares como não foi à audiência alegando que audiência pública não dá em nada. Se discutir com a população e buscar solução para os problemas do nosso Estado é perda de tempo, "não dá em nada" ,o que dizer aos que já não tempo de vida?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Educação com afeto.

Alicia Fernández é considerada uma referência mundial quando o assunto é educação. Segundo essa especialista em psicopedagogia o afeto e a amorosidade são ferramentas fundamentais no ato de educar. Ela acredita que a inclusão ou exclusão do afeto no processo educativo se define quem vai passar nas salas de aula. Define se a sala de aula será um lugar onde se possa realmente aprender ou se só será um espaço para passar o tempo e passar os níveis educacionais. Há muitos alunos que passam pela escola e são bem sucedidos, tèm notas muito boas. Mas, há aqueles que nunca foram mesmo afetados pela escola, ou seja, a escola não conseguiu entrar para produzir alguma trasnformação neles como pessoas.

Quando dizemos pessoas, dizemos seres humanos que podem ter a possibilidade de recriar o mundo, que tem possibilidade de, em alguma coisa, por menor que seja, participar da transformação do mundo que está em sua volta. E os professores, em qualquer lugar, mas especialmente aqueles que atuam nos lugares mais desprotegidos, têm uma função importantíssima. Muitas vezes eles serão as únicas pessoas em toda a vida do aluno que poderão reconhecê-lo como um sujeito que tem desejos, tem sonhos, tem vontade de mudar a existência. Os alunos devem se sentir como sujeitos e não objetos diante de que acontece no mundo.

Uma das principais virtudes de nós seres humanos é a capacidade de sentir. Nós temos a possibilidade de nos implicarmos com os acontecimentos e só assim podemos transformar o mundo à nossa volta. E é essa diferença que faz uma sala de aula onde a afetividade é levada em conta. Voce forma seres humanos capazes de lidar com os sentimentos e capazes de mudar o mundo.

Niemeyer

Ontem fiquei sabendo que Oscar Niemeyer está hospitalizado. Aos 102 anos qualquer coisa pode se transformar em algo mais. Fico preocupada e torcendo por sua recuperação. Hj por coincidência li uma interessante frase desse gênio comunista:

" Não é o ângulo reto que me atrai,
nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem. O que me atrai
é a curva livre e sensual, a curva
que encontro nas montanhas do
meu país, no curso sinuoso dos
seus rios, nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo
o universo curvo de Einstein."

Oscar Niemeyer, arquiteto

terça-feira, 27 de abril de 2010

Lula em números.

Estamos mesmo vivendo um novo Brasil. Já ouvi falar que números não mentem. O governo Lula mudou muitos números. Vamos à eles:

27,5 milhões de pessoas ascenderam à classe C
6,5 milhões às classes A e B
14 novas universidades federais
111 novas escolas técnicas
Redução de 75% no desmatamento da Amazônia nos últimos 5 anos
Bolsa brasileira teve a maior valorização do mundo nos últimos 12 meses:66,4%
US$ 241 bilhões em reservas internacionais
11,9 milhões de empregos formais nos últiomos 8 anos
Exportações brasileiras aumentaram 109%
Aumento de 5,9% nas vendas do comércio varejista em 2009
Crescimento de 18,9% da indústria em dezembro de 2009

E aí? O que voce tem a dizer frente a isso?

Mandela e o jardim.

Segundo Mandela, na África existe um conceito conhecido como ubuntu - o sentimento profundo de que somos humanos somente por intermédio da humanidade dos outros; se vamos realizar qualquer coisa neste mundo, ela será dividida em igual medida ao trabalho e ás realizações dos outros. Ontem à noite tomando um vinho com Plínio e meu pai começamos a pensar sobre esse conceito africano. É uma idéia ainda primitiva do que mais tarde Marx desenvolveu sobre o que nos torna mais humanos e menos animais...
"A poucos homens de nosso tempo o termo "herói" não soa como um apêndice presunçoso. Certamente Mandela é um deles" acredita Richard Stengel, autor de um livro lindo chamado "Os caminhos de Mandela". Ao libertar o país de um sistema de violência e preconceito, unindo, com rara perspicácia, opressores e oprimidos sob genuíno projeto de nação, Mandela modificou uma história de dor, luto e ódios seculares na África do Sul.
E Mandela ensina também algumas lições como por que devemos manter nossos rivais por perto, por que a coragem é mais do que a ausência de medo, o quanto é importante para cada um de nós encontrar algo longe do mundo que nos dê prazer e satisfação - nosso próprio jardim. Dái, ao falar sobre a importância de cultivarmos nosso próprio jardim ma lembrei de Rubem Alves que tanto já citei por aqui. Rubem tem um texto muito interessante sobre os nossos jardins. Num momento muito difícil da minha vida eu gostava bastante de ler Rubem. Prometo que vou contar sobre ele em outra ocasião. Mas, também ao falar de jardim me lembrei do comentário que minha amiga Lian fez numa postagem que fiz recentemente chamada "Sepultando". Lian citou Neruda:
"Devemos enterrar nossos mortos
Esquecê-los sob a terra e, sobre ela, semear um jardim de rosas
Brancas, vermelhas e lilases
E, num canto maior, plantar sementes de trigo
Para transformar carne em pão."

E ainda lembrei-me de outras coisas, mas delas falarei depois...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Você foi comum...

É,
Como eu falei
Não ia durar
Eu bem que avisei
Vai desmoronar
Hoje ou amanhã
Um vai se curvar
E graças a Deus
Não vai ser eu quem vai mudar

Você perdeu
E sabendo com quem eu lidei
Não vou me prejudicar
Nem sofrer
Nem calar
Nem vou voltar atrás

Estou no meu lugar
Não há razão pra se ter paz
Com quem só quis rasgar o meu cartaz

Agora pra mim você não é nada mais
E qualquer um pode se enganar
Você foi comum
Você foi vulgar
E o que é que eu fui fazer
Quando dispus te acompanhar

....

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sepultando

"Somente onde há sepulturas há também ressurreições"

(Nietzsche)