Dizem que meu próprio nascimento foi um ato de resistência. Vim ao mundo através de um complicado parto feito por parteiras da região, que quase custou a vida da minha mãe,em plena mata amazônica.
Meus pais eram militantes de esquerda e lutavam contra a Ditadura Militar.
Na época viviam clandestinos,em condições precárias no norte do Brasil, em plena floresta, numa casa de palha
construída por meu pai. Lutavam também
contra a malária e as dificuldades diversas
devido às péssimas condições de vida.
Fui batizada com o nome da guerrlheira do Araguaia, Helenira Rezende, morta a golpes de baioneta, em 29 de setembro de 1972, aos 28 anos de idade, depois de ter tido as pernas metralhadas e sido barbaramente torturada. De Helenira Rezende herdei o nome, a postura e a vontade de lutar pelo que acredito.
Passei a infância durante os atribulados anos 80, em meio as passeatas,comícios e manifestações por eleições diretas no Brasil.
Desde muito jovem nunca concebi a pobreza e a
espoliação do povo no Brasil como algo natural ou normal.
CONTINUA....